Manter a mobilidade articular no doente crítico: Estudo de Caso
PDF

Palavras-chave

Cuidados Intensivos
Enfermagem de Reabilitação
Acamado
exercícios terapêuticos

Categorias

Como Citar

1.
Beliz AB, Bule MJ, Mota De Sousa LM. Manter a mobilidade articular no doente crítico: Estudo de Caso. Rev Port Enf Reab [Internet]. 27 de Outubro de 2020 [citado 29 de Março de 2024];3(Sup 1):63-9. Disponível em: https://rper.aper.pt/index.php/rper/article/view/104

Citações

Dimensions

Resumo

Introdução: A imobilidade no doente crítico é condicionada pela condição de doença ou ainda, pelo efeito de fármacos, mas, em ambos os casos, emerge como um problema na perspetiva da recuperação funcional. A diminuição da massa muscular e da amplitude articular atrasam ou dificultam os processos de recuperação da ventilação espontânea e os autocuidados. Quando o repouso no leito se impõe, os cuidados de enfermagem de reabilitação seguros são um recurso com vista à mitigação dos problemas associados à imobilidade.

Objetivo: Avaliar resultados dos cuidados de enfermagem de reabilitação após a aplicação de uma intervenção estruturada de cuidados de mobilização articular passiva em doente crítico.

Método: Estudo qualitativo, tipo estudo de caso. É apresentado o caso de uma pessoa adulta em situação crítica á qual foram realizadas oito sessões de mobilização articular por enfermeiro de reabilitação. Avaliada a amplitude articular com recurso a goniometria antes e após a aplicação de um programa de reabilitação. Estudo aprovado em comissão de ética.

Resultados: Verificou-se que em 26 dias de internamento em unidade de cuidados intensivos a amplitude articular se manteve nos diferentes segmentos e houve ganhos nos movimentos de supinação do antebraço, extensão da mão esquerda e flexão do joelho direito. A realização de exercícios passivos de mobilização articular não interferiu com a estabilidade de parâmetros fisiológicos ou de adaptação à prótese ventilatória.

Conclusões: Os resultados revelam a não ocorrência de diminuição da amplitude articular e são sensíveis aos cuidados de enfermagem de reabilitação, num plano estruturado e regular de mobilizações. Houve ganhos em saúde e a minimização das complicações associadas à imobilidade. Outros estudos devem ser realizados no sentido de parametrizar não só o plano de intervenção bem como a evidência dos resultados obtidos.

https://doi.org/10.33194/rper.2020.v3.n1.8.5791
PDF

Referências

Ordem dos Enfermeiros. Regulamento n.º 125/2011. 2011. p. 8648 – 51.

Topp R, Ditmayer M, King K, Doherty K, Hornyak J. The effect of bed rest and potential of prehabilitation on patients in the intensive care unit. Adv Crit Care [Internet]. 2002; 2(Musculokeletal):[263-76 pp.].

Guedes LPCM, de Oliveira MLC, Carvalho GdA. Efeitos deletérios do tempo prolongado no leito nos sistemas corporais dos idosos – uma revisão. Rev Bras Geriatr Gerontol [Internet]. 2018; 21:[516-23 pp.].

Carinhas MJA, Eusébio APV, de Carvalho LNMCdv, Lopes TMC, Braga RJVdA. Guia Orientador de Boas Práticas - Cuidados à pessoa com alterações da mobilidade -

posicionamentos, transferências e treino de deambulação. Ordem dos Enfermeiros ed2013. 76 p.

Silva DCS, Nascimento CF, Brito ES. Efeitos da Mobilização Precoce nas Complicações Clínicas Pós-AVC: Revisão da Literatura. Rev Neurociênc [Internet]. 2013; 4(22):[620-7 pp.].

Silva APPd, Maynard K, Cruz MRd. Efeitos da Fisioterapia motora em doentes críticos: revisão de literatura. Rev Bras Ter Intensiva [Internet]. 2010; 1:[85-91 pp.]. Available from: http://www.scielo.br/pdf/rbti/v22n1/a14v22n1.

Parry SM, Puthucheary ZA. The impact of extended bed rest on the musculoskeletal system in the critical care environment. Extrem Physiol Med [Internet]. 2015:[1-8 pp.]. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4600281/.

Kisner C, Colby LA. Exercícios Terapêuticos. Fundamentos e Técnicas. 4.ª Edição ed. Brasil2005. 813 p.

Grap MJ, Mc Fetridge B. Critical care rehabilitation and early mobilisation: an emerging standard of care. Intensive Criti Care Nurs [Internet]. 2012; 28(2):[55-7 pp.].

Kisner C, Colby LA. Exercicios terapêuticos: fundamentos e técnicas. 4ª ed. Barueri SP: Manole; 2005.

Cerol P, Martins J, Sousa LMMd, Oliveira I, Silveira T. Mobilização precoce em pessoas submetidas a ventilação mecânica invasiva: Revisão integrativa da literatura. Rev Port Enferm Reabil [Internet]. 2019 Mai 2020; 2(1):[49-58 pp.].

Tomey AM, Alligood MR. Teóricas de Enfermagem e a Sua Obra. (Modelos e Teorias de Enfermagem). 5.ªEdição ed. LOURES2004.

Mesa do Colégio da Especialidade de Enfermagem de Reabilitação da Ordem dos Enfermeiros. Bilhetes de identidade dos indicadores que integram o core de indicadores por categoria de enunciados descritivos dos Padrões de Qualidade dos Cuidados de Enfermagem de Reabilitação. Lisboa: Ordem dos Enfermeiros; 2018. Available from: https://www.ordemenfermeiros.pt/media/9748/enfermagem-reabilitacao.pdf.

IMI LLC. CARE- Case Report Guidelines Portland Oregon USA: IMI LLC; 2019 [Available from: https://www.care-statement.org/writing-a-case-report.

Yin RK. Estudo de caso: Planejamento e métodos. 4 ed. Porto Alegre: Bookman; 2010.

Creswell JW. Projeto de pesquisa: métodos qualitativo, quantitativo e misto. 3ª ed. Porto Alegre: Artmed; 2010.

Conselho Internacional de Enfermeiros. CIPE versão 2: classificação internacional para a prática de enfermagem. Lisboa: Ordem dos Enfermeiros; 2011.

Coelho C, Barros H, Sousa L. Reeducação da função sensoriomotora. In: Marques-Vieira C, Sousa L, editors. Cuidados de enfermagem de reabilitação à Pessoa ao longo da vida. Loures: Lusociência; 2017. p. 227-52.

Lourenço MJ, Ferreira Ó, Baixinho CL. Terapêutica de posição - Contributo para um cuidado de saúde seguro. Loures: Lusodidacta; 2016.

Thibaut A, Wannez S, Deltombe T, Martens G, Laureys S, Chatelle C. Physical therapy in patients with disorders of consciousness: Impact on spasticity and muscle contracture. NeuroRehabil. 2018;42(2):199-205. PubMed PMID: 128962685. Language: English. Entry Date: 20180411. Revision Date: 20190201. Publication Type: Article.

Toubarro F. Função sensoriomotora. In: Marques-Vieira C, Sousa L, editors. Cuidados de enfermagem de reabilitação à Pessoa ao longo da vida. Loures: Lusodidacta; 2017. p. 159-66.

Maria Eugénia Rodrigues Mendes Coord. Instrumentos de recolha de dados para a documentação dos cuidados especializados em Enfermagem de Reabilitação

Lisboa: Ordem dos Enfermeiros; 2016. Available from: https://www.ordemenfermeiros.pt/media/9811/docinstrurecolhadadosenfreabilita%C3%A7%C3%A3o_vf.pdf.

Carvalho RF, Cruz I. Nursing evidence-based practice guidelines for cardiac tissue perfusion in ICU - Systematic Literature Review. JSNCare [Internet]. 2020 2020-03-26; 12(1). Available from: http://www.jsncare.uff.br/index.php/jsncare/article/view/3296/829.

Farinho JS, Ferreira RF. Reabilitação respiratória da pessoa com ventilação mecânica invasiva. Rev Ibero-Am Saúde Envelhec [Internet]. 2019; 4(3):[1619-34 pp.]. Available from: http://www.revistas.uevora.pt/index.php/saude_envelhecimento/article/view/328/483.

Vieira JV, Ferreira RF. Mobilização precoce da pessoa submetida a ventilação mecânica invasiva. Rev Ibero-Am Saúde Envelhec [Internet]. 2018; 4(2):[1387-99 pp.]. Available from: http://www.revistas.uevora.pt/index.php/saude_envelhecimento/article/view/239.

Cerqueira AVB, Grilo EN. Prevenção das consequências da imobilidade na pessoa em situação critica. RPER [Internet]. 2019; 2(1):[78-89 pp.].

Winkelman C, Sattar A, Momotaz H, Johnson KD, Morris P, Rowbottom JR, et al. Dose of Early Therapeutic Mobility: Does Frequency or Intensity Matter? . Biol Res Nurs [Internet]. 2018; 20(5):[522-30 pp.].

Azevedo PMDdS, Gomes BP, Pereira JATP, Carvalho FMN, Ferreira SPC, Pires AI, et al. Dependência funcional na alta dos cuidados intensivos: relevância para a enfermagem de reabilitação. Rev Enf Ref [Internet]. 2019; serIV(20):[37-45 pp.]. Available from: http://www.scielo.mec.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0874-02832019000100005&nrm=iso.

Anekwe DE, Biswas S, Bussières A, Spahija J. Early rehabilitation reduces the likelihood of developing intensive care unit-acquired weakness: a systematic review and meta-analysis. Physiother [Internet]. 2020 2020/06/01/; 107:[1-10 pp.]. Available from: http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0031940619301282.

Dub R, Nydahl P, Hermes C, Schwabbauer N, Toonstra A, Parker AM, et al. Barriers and strategies for early mobilization of patirnts in intensive care units. Ann AM Thorac Soc [Internet]. 2016; 13(5):[724-30 pp.].

Hodgson CL, Capell E, Tipping CJ. Early Mobilization of Patients in Intensive Care: Organization, Communication and Safety Factors that Influence Translation into Clinical Practice. Crit Care [Internet]. 2018 2018/03/20; 22(1):[77 p.]. Available from: https://doi.org/10.1186/s13054-018-1998-9.

Dub R, Nydahl P, Hermes C, Schwabbauer N, Toonstra A, Parker AM, et al. Barriers and strategies for early mobilization of patirnts in intensive care units. Ann AM Thorac Soc [Internet]. 2016; 13(5):[724-30 pp.].

Lai C-C, Chou W, Chan K-S, Cheng K-C, Yuan K-S, Chao C-M, et al. Early Mobilization Reduces Duration of Mechanical Ventilation and Intensive Care Unit Stay in Patients With Acute Respiratory Failure. Arch Phys Med Rehabil [Internet]. 2017 2017/05/01/; 98(5):[931-9 pp.]. Available from: http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0003999316312977.

Yue M, Ma Z-Y, Lei M-J, Cui C-Y, Jin Y. Early mobilization for mechanically ventilated patients in the intensive care unit: a systematic review and meta-analysis2018; 5(4):[301 p.]. Available from: https://content.sciendo.com/view/journals/fon/5/4/article-p301.xml.

Sibilla A, Nydahl P, Greco N, Mungo G, Ott N, Unger I, et al. Mobilization of Mechanically Ventilated Patients in Switzerland. J Intensive Care Med [Internet]. 2020 Mai 2020; 35(1):[55-62 pp.]. Available from: https://journals.sagepub.com/doi/abs/10.1177/0885066617728486.

Creative Commons License

Este trabalho encontra-se publicado com a Licença Internacional Creative Commons Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0.

Direitos de Autor (c) 2020 Revista Portuguesa de Enfermagem de Reabilitação

Downloads

Não há dados estatísticos.

  Acessos ao Resumo    825
   
  PDF   501