Palavras-chave
Como Citar
Citações
Dimensions
Resumo
Introdução: O Acidente Vascular Cerebral (AVC) é a principal causa de morte em Portugal e um dos principais responsáveis pela presença de compromisso na deglutição. A avaliação e despiste da deglutição comprometida são reconhecidos como indicadores de qualidade dos cuidados de saúde. A Enfermagem de Reabilitação assume grande importância na deteção precoce do compromisso na deglutição bem como na definição de um programa de reabilitação que vise a reaquisição de capacidades e a prevenção de complicações. Este estudo pretende analisar os efeitos de um programa desenvolvido por enfermeiros de reabilitação na reeducação funcional da pessoa com deglutição comprometida em contexto de AVC.
Método: Estudo quantitativo, exploratório, descritivo e retrospetivo.
Resultados: Foram avaliados 218 indivíduos. A população avaliada é predominantemente do sexo masculino, a média de idade foi de 73 anos e o evento vascular predominante foi o AVC isquémico. À admissão 50,5% dos participantes apresentavam compromisso na deglutição. Destes, 13,5% desenvolveram infeção respiratória. Inicialmente foram incluídos no estudo 110 pessoas. 6 destas faleceram, pelo que os dados finais referem-se a 104 pessoas. Estabeleceram-se relações estatisticamente significativas entre o compromisso na deglutição e pontuações mais elevadas na NIHSS.
Conclusão: A maioria das pessoas apresentou melhoria na capacidade de deglutição após a intervenção do enfermeiro de reabilitação através de um programa de reabilitação estruturado. O compromisso na deglutição relaciona-se com pontuações mais elevadas na National Institute of Health Stroke Scale (NIHSS), não se tendo estabelecido relação com outras variáveis como a tipologia e localização do AVC.
Referências
Organização Mundial da Saúde. Manual STEPS de Acidentes Vascular Cerebrais da OMS: enfoque passo a passo para a vigilância de acidentes vascular cerebrais. Genebra:OMS; 2016. [Internet] [Acesso em 12 feb 2022]. Disponível em: https://www.paho.org/hq/dmdocuments/2009/manualpo.pdf
Kumar S, Selim MH, Caplan LR. Medical Complications after Stroke. Lancet Neurology; 2010. 9: 105-118. [Internet]. [Acesso em 12 feb 2022]. Disponível em: https://www.scirp.org/(S(czeh2tfqyw2orz553k1w0r45))/reference/ReferencesPapers.aspx?ReferenceID=1526860
Ordem dos Enfermeiros. Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem Versão
Lisboa: Ordem dos Enfermeiros; 2016. [Internet]. [Acesso em 12 feb 2022]. Disponível em: https://futurosenf.files.wordpress.com/2017/04/cipe_2015.pdf
Braga R. Avaliação da Função Deglutição. In Marques-Vieira C, Sousa L. Cuidados de Enfermagem de Reabilitação à Pessoa ao Longo da Vida. 1ª ed. 181-188. Loures: Lusodidacta; 2016
Matsuo K, Palmer J. Anatomy and Physiology of Feeding and Swallowing: Normal and Abnormal. Physical Medicine and Rehabilitation Clinics of North America. 2008. 19(4), 691–707. DOI: 10.1016/j.pmr.2008.06.00
Andersen U, Beck A, Kjaersgaard A, Hansen T, Poulsen I. Systematic review and evidence based recommendations on texture modified foods and thickened fluids for adults (?18 years) with oropharyngeal dysphagia. E-SPEN Journal; 2013. 8(4): 127–134. [Internet]. [Acesso em 15 feb 2022]. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/28939270/
Ortega O, Martín A, Clavé P. Diagnosis and Management of Oropharyngeal Dysphagia Among Older Persons, State of the Art. Journal of the American Medical Directors Association; 2017. 18(7): 576–582. [Internet]. [Acesso em 11 feb 2022]. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/28412164/
Silva P. Cuidados de enfermagem de reabilitação em doentes com deglutição comprometida: resultados de um programa de intervenção. Évora. 2018. Tese de Mestrado em Enfermagem de Reabilitação. [Internet]. [Acesso em 7 mar 2022] Disponível em: http://hdl.handle.net/10174/23326
Altman K. Understanding Dysphagia: A Rapidly Emerging Problem. Otolaryngologic Clinics of North America; 2013. 46(6): 13–14. DOI: 10.1016/j.otc.2013.09.012
Mourão LM, Almeida SMA, Lemos EO, Vicente LC, Teixeira AL. Frequência e fatores associado à disfagia após acidente vascular cerebral. CoDAS; 2015. 28(1): 66-70. [Internet]. [Acesso em 1 mar 2022] Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/codas/v28n1/2317-1782-codas-28-01-00066.pdf
Cohen DL, Roffe C, Beavan J, Blackett B, Fairfield CA, Hamdy S, Havard D. Post-stroke dysphagia: A review and design considerations for future trials. Int J Stroke; 2016. 11(4): 399-411. [Internet]. [Acesso em 15 feb 2022]. Disponível em: https://journals.sagepub.com/doi/full/10.1177/1747493016639057
Veríssimo D, Domingos A. Cuidados de enfermagem à pessoa com deglutição comprometida. Projeto de melhoria contínua da qualidade dos cuidados de enfermagem. 2014. [Internet]. [Acesso em 15 feb 2022]. Disponível em: http://www.ordemenfermeiros.pt/projectos/Documents/Projetos_Melhoria_Qualidade_Cuidados_Enfermagem/CHMedioTejo_ProjetoDegluticao.pdf
Passos KO, Cardoso FMCA, Scheeren B. Associação entre escalas de avaliação de funcionalidade e severidade da disfagia pós-acidente vascular cerebral. CoDAS; 2017. [Internet]. [Acesso em 15 feb 2022]. Disponível em: https://www.scielo.br/j/codas/a/YCDMjwpz3mHRJM3YqzpY4cP/?lang=pt
Umay E, Unlu E, Saylam G, Cakci A, Korkmaz H. Evaluation of Dysphagia in Early Stroke Patients by Bedside, Endoscopic and Electrophysiological Methods. Dysphagia; 2013. 28(3): 395-403
Paixão CT, Silva LD, Camerini FG. Perfil da disfagia após um acidente vascular cerebral: uma revisão integrativa. Revista de Rede da Enfermagem do Noroeste; 2010. 11 (1). [Internet]. [Acesso em 1 mar 2022]. Disponível em: http://www.revistarene.ufc.br/revista/index.php/revista/article/view/362.
Regulamento nº 125/2011 de 18 de fevereiro da Ordem dos Enfermeiros. Diário da República. 2ªSérie, 35. (2011). [Internet]. [Acesso em 1 mar 2022]. Disponível em: http://www.aper.pt/Ficheiros/ ompetências%20do%20enfermeiro%20de%20reabilita%C3%A7%C3%A3o.pdf
Glenn-Molali N. Alimentação e Deglutição. In C. Hoeman S. P., Enfermagem de Reabilitação:
Prevenção, Intervenção e Resultados Esperados. 4ª ed. 295-317. Loures: Lusodidacta; 2011
Petronilho F, Machado M. Teorias de Enfermagem e Autocuidado: Contributos para a Construção do Cuidado de Reabilitação. In Marques-Vieira C, Sousa L, Cuidados de
Enfermagem de Reabilitação à Pessoa ao Longo da Vida (1ª ed., pp. 3-14). Loures:
Lusodidacta; 2011
Castro P, Mendonça T, Abreu P, Carvalho M, Azevedo E. National Institute of Health Stroke Scale (NIHSS) International initiative – Versão Portuguesa. Sinapse; 2008. 8(1): 67-68.
Campos TF, Dantas AA, Melo LP, Oliveira DC: Grau neurológico e funcionalidade de pacientes crónicos com acidente vascular cerebral: implicações para a prática clínica. Arq. Ciên. Saúde. 2014. 21(1). 28-33.
Oliveira I de J, Couto GR, Moreira A, Gonçalves C, Marques M, Ferreira PL. A versão portuguesa do gugging swallowing screen: resultados da sua aplicação. Millenium -Journal of Education, Technologies, and Health. 2(16):93–101. [Internet]. [Acesso em 17 mar 2022]. Disponível em: https://revistas.rcaap.pt/millenium/article/view/24585
Upton G, Cook I. A dictionary of statistics. 2nd ed. Oxford: Oxford University Press; 2008.
Almeida E. Frequência e fatores relacionados à disfagia orofaríngea após acidente vascular encefálico [Dissertação]. Belo Horizonte: Universidade Federal de Minas Gerais; 2009.
Martino R, Foley N, Bhogal S, Diamant N, Speechley M, Teasell
R. Dysphagia after stroke: incidence, diagnostic and pulmonary
complications. Stroke; 2005. 36(12):2756-63.
Oliveira I – A pessoa com deglutição comprometida após o AVC: da evidência à prática. Dissertação de Doutoramento em Ciências de Enfermagem. Porto. 2022. [Internet]. [Acesso em 10 ago 2022]. Disponível em: https://rper.aper.pt/index.php/rper/issue/view/14/21
Sá N, Oliveira A, Silva A, Brandão S. Consulta de Enfermagem de Reabilitação ao doente pós evento cerebrovascular: Que desvios encontrados ao plano delineado à alta pelo enfermeiro de reabilitação?. Rev Port Enf Reab; 2020. 3(1):5-13. [Internet]. [Acesso em 1 mar 2022]. Disponível em: https://rper.aper.pt/index.php/rper/article/view/108
Itaquy R, Favero S, Ribeiro M, Barea L, Almeida S, Mancopes R. Disfagia e
acidente vascular cerebral: relação entre o grau de severidade e o nível de comportamento
neurológico. Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia; 2011. 23(4): 385-389. [Internet]. [Acesso em 3 mar 2022]. Disponível em: http://
www.scielo.br/scielo.php?pid=S2179-64912011000400016&script=sci_arttext.
Pinto PS. Avaliação da disfagia numa unidade de AVC. Nursing. 2015. [Internet]. [Acesso em 3 mar 2022]. Disponível em http://www.nursing.pt/avaliacao-da-disfagia-numa-unidade-de-avc/
Este trabalho encontra-se publicado com a Licença Internacional Creative Commons Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0.
Direitos de Autor (c) 2023 Revista Portuguesa de Enfermagem de Reabilitação
Downloads
| Acessos ao Resumo | 1394 |
|---|
| 703 |
|---|
| PDF (English) | 94 |
|---|