Resumo
Introdução: A mobilização precoce da pessoa em situação crítica tem sido considerada uma intervenção capaz de modificar fatores de risco de morbilidade, com impacto positivo na capacidade funcional.
Objetivos: Avaliar a segurança de um programa de reabilitação instituído numa Unidade de Cuidados Intensivos portuguesa; avaliar se a implementação do programa de reabilitação é precoce; avaliar se o levante é precoce e identificar os ganhos em força muscular periférica.
Método: Realização de um estudo descritivo e quantitativo. O tratamento e análise de dados foi efetuado com o recurso ao programa informático Microsoft Excel e o software Tableau 10.1.
Resultados: Trata-se de uma amostra de 146 indivíduos de ambos os sexos, que estiveram internados numa UCI e que foram submetidos a um programa de reabilitação motora com um total de 800 sessões. Foram monitorizados vários parâmetros cujos resultados foram: Média de idade de 63,9 anos e uma média de dias de internamento de 20,6; taxa de 7,25% de eventos adversos e de 8,5% em complicações decorrentes da imobilidade; implementação do programa de reabilitação até as primeiras 72 horas (56,62%); efetuados 25% de levantes do total dos programas de reabilitação, com uma maior representatividade no levante do leito com pés pendentes; verificou-se um aumento de força muscular periférica com médias entre 0,364 a 2,6 graus de força nos diferentes grupos.
Conclusão: A implementação do programa de reabilitação foi precoce, segura e com ganhos em saúde para a pessoa. O estudo não foi conclusivo relativamente ao levante poder ser considerado precoce.
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